sábado, julho 22, 2006

Coisas antigas...

Sinto aquela dor antiga, aquela que vem do princípio de nós mesmos, dos tempos onde começamos a crescer. No meu caso, comecei nova, ainda criança, ouvindo os desabafos que ainda hoje se mantêm… com menos desespero, menos lágrimas, uma maior aceitação, mas … ainda se mantêm.

Problemas que seguem porque se há algo que não se pode alterar é o pai que temos, ou os problemas que ele próprio não quer resolver. Vivo essas coisas um pouco em silêncio, constrangida pelo contexto em que tudo isto se passa, triste por pensar que a altura não seria a melhor, mas que posso eu fazer... senão ter paciência e esperar que umas palavras doces me afaguem a alma cansada disto.

Retorço-me porque esta tristeza crónica se estende e me afecta em muitas coisas, me deixa numa situação onde pouco há a fazer e onde estou segura que o pouco que há já está a ser feito. Apesar de tudo são muitas as doses de amor que usamos na esperança de estarmos já em processo de cura.

Gostava de ter mais força, aquela força que vem de coisas simples como um ‘eu também!’, depois de investirmos em palavras doces cheias de mel e carinho para as nossas pessoas mais queridas. Quero essa força que vem das festas no cabelo e do quente dos braços que nos enrolam … não exijo, mas gostava. Começo a estranhar o já não haver resposta, quando a resposta pode ser apenas um sorriso ou um gesto simples.

O que me acalama e refresca é a possibilidade desta estranheza ser apenas um contagio necessário, visto que a nossa imperfeição não nos permite separar as coisas e as cores mesclam-se tornando dificil perceber onde está cada tom...

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