segunda-feira, junho 05, 2006

Horas mortas... curvadas

Horas mortas... curvadas aos pés do Monte!
Florbela Espanca in Árvores do Alentejo

Os momentos não passavam, teimavam em parar e gozar os momentos mortos. Os momentos divertiam-se nesses momentos tortos... momentos que se prolongavam, que se estendiam, que colavam os dias e que em pouco eram meses, e olhando para trás foram anos... Cada coisa pequenina não tinha sentido! Não tinham sentido nenhum porque mesmo que fossem grandes nem assim o possuíam... o sentido vivia longe, perdido de mim, vagueava solto sozinho sem me querer encontrar...

Mas em silêncio gritei, gritei muito, fi-lo para dentro onde ninguém ouvia, gritei tanto que me assustei... então fui á janela, ver o sol, acalmar-me, ver a vida, a vida que passava de mansinho! Vim ver os outros, ver como nem eles a vêem passar. Olhei em frente e estavas tu. Naquela teia de olhares, no fundo do meu estava o teu que só olhava para mim. De uma janela igual à que foi minha, chamaste-me para entrar...

... nunca mais quero sair!

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